Notícias Fecomercio

04 de agosto de 2025 às 15:25

Juros pagos por famílias e empresas subiram 17% em 2024, enquanto renda anual das famílias avançou apenas 3,2%


Juros pagos por famílias e empresas subiram 17% em 2024, enquanto renda anual das famílias avançou apenas 3,2%

Famílias e empresas brasileiras pagaram, juntas, cerca de R$ 1,148 trilhão em juros ao longo de 2024. É o que mostra estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O número representa um aumento de 17% em relação ao total de juros pagos em 2023, quando esse valor foi de R$ 981 bilhões.
 
O grosso desse montante saiu do orçamento de famílias (R$ 859,9 bilhões), enquanto as empresas destinaram R$ 287,9 bilhões para esse fim.
 
Esses dados indicam que o mercado de crédito segue sendo a sustentação da demanda agregada, com crescimento de concessões e queda relevante na taxa de inadimplência.
 
A retração do volume de inadimplentes3, em conjuntura de juros alto, é positiva e provavelmente motivada pelo mercado de trabalho aquecido. Entretanto, há um aumento no comprometimento da renda dos lares e do caixa de negócios com dívidas. Além disso, a renda brasileira fica cada vez mais concentrada no setor financeiro, o que é mais perverso, considerando que os rendimentos reais não crescem nessa mesma dimensão, criando um horizonte arriscado para a sustentabilidade do consumo e dos investimentos.
 
JUROS MAIS ALTOS, RENDA... NEM TANTO
Os cálculos da FecomercioSP mostram que o volume de juros pagos pelos lares brasileiros, no ano passado, subiu 20,5% em comparação com o ano anterior, passando de R$ 713,9 bilhões para R$ 859,9 bilhões. Nesse mesmo período, a massa de renda anual das famílias avançou apenas 3,2%, ao passar de R$ 7,838 trilhões, em 2023, para R$ 8,091 trilhões, em 2024.
 
A consequência é que orçamentos domésticos têm ficado mais comprometidos com pagamentos de juros: em 2024, um décimo da renda familiar nacional (10,63%) estava destinado a custos dessa espécie. Para a economia, é um dado negativo, porque tira recursos do consumo ou até de investimentos, como a poupança. Em 2023, essa taxa estava em 9,11%.

Voltar para Notícias

parceiros